sábado, 25 de outubro de 2008

Outonos e Primaveras


Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.A primavera só pode ser o que é porque o outono lhe embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assovios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas que mais tarde serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.São as estações do tempo. São as estações da vida.Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos faz abraçar o silêncio das sombras... Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...


Floresçamos.


( Fabio de Melo )

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Em processo de construção...


O sofrimento vem sim.De vez em quando, de vez em sempre...

Mas dou o meu jeitinho mineiro e me safo dele.

Construo os meus castelos, faço minhas orações, choro minhas lágrimas, silencio meu coração.

As palavras, os gestos, os milagres surgem e me torno um pouco mais forte.Mais humana e mais divina também( o sofrimento me aproxima de Deus ).

Sim, os problemas continuam, se não estes, outros virão...E meus joelhos estão preparados.

Ontem, hoje, amanhã um sorriso pra você, certificando que em meio as tribulações não deixo de alçar voôs.Não deixo de alcançar meus momentos felizes...

Semana de Paz pra vc!
Abraços, Suelem

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Misto de Amor e Dor...Dor!



E quando o sofrimento insiste em bater à porta?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

As nossas dores...

"A dor é o preparo. A semente passa por todo um processo de crescimento, mas ela sabe que, se não deixar de ser o que é, não atingirá seu objetivo. Não desista. Sei que está apertado, que você está achando que está difícil, mas a dor faz parte do processo e não pode ser em vão. O que você faz com a sua dor? Faz um quadro, faz música? A genialidade está em transformar a lata velha em ouro, porque, ou a dor me destrói, ou eu a transformo em processo de ressurreição."

(Padre Fábio de Melo)